Existem muitos clichês quando se trata de uma viagem à Índia. Falar sobre diversidade, tradições, comida...um desses clichês, porém você descobre que é verdade assim que chega: tem mesmo muita gente por aqui.

Mas as pessoas são tão simpáticas, que uma das melhores de visitar o país é justamente conhecer gente. Nem precisa fazer muita força, eles vão puxar assunto!

Um grupo de indianos pede pra tirar selfie com o Fabio / Dois homens tiram foto com a gente em um barco no Ganges.

A impressão que tivemos sobre os Indianos, é que no geral é um povo alegre e cheio de personalidade, ao mesmo tempo, que é conservador e religioso. Por exemplo, a temperatura estava sempre acima de 35 °C e todas as pessoas na rua andavam com calças comprida! 

Quatro religiões 

Viajar com um guia faz toda a diferença. Antes de chegar lá, pensávamos que o país era quase todo Hindu, mas descobrimos que boa parte das pessoas seguem o Islamismo, o catolicismo e ainda uma religião que não conhecíamos, a SIKH. Por ser tão diferente da nossa realidade, o sikhismo chamou muito a atenção. Para entrar nos templos, por exemplo, nos pedem para cobrir o cabelo e não usar sapatos.

É uma religião linda, com uma visão única sobre a divindade. Qualquer pessoa, independentemente de raça ou religião, pode comer nos templos. O alimento é oferecido a todos os visitantes e aos devotos, igualmente. 

                                                             É só esperar a sua vez chegar

                     Nosso guia era SIKH e seu conhecimento foi enriquecedor.

Outra coisa que você provavelmente já ouviu falar é realmente importante: prepare-se antes de viajar! Além de pesquisar, ver fotos e vídeos, é importante abrir seu coração e mente para uma experiência diferente. Entenda que é um país cheio de energia, que vai despertar sua curiosidade e acender os seus sentidos, desde o primeiro momento que você percebe o impacto da pobreza, passando pelos temperos e sabores únicos da comida até a riqueza cultural e histórica impressionante. Deixar ser levado pela imprevisibilidade é aceitar a Índia como ela é, e o resultado muitas vezes acalenta a alma.

É importante lembrar o tamanho do país: é o 7.º maior do mundo, então não tente conhecer tudo de uma vez (é impossível). A viagem, porém, está cada vez mais confortável. É um destino distante, então escolhemos voar de Qatar, que tem voos com ótimas conexões saindo de São Paulo e é realmente uma das melhores cias. aéreas do mundo. Não é só a minha opinião, esse ranking feito pela Skytrax, considera as avaliações dos demais viajantes do mundo e colocou a Qatar no topo.

Bom, o tempo de viagem que tínhamos não era dos mais longos — 15 dias — então resolvemos fazer um roteiro clássico: Delhi, Agra, Jaipur (o famoso Golden Triangle) e Rishikesh.

Com o passar dos dias, você acaba se acostumando com o barulho das ruas e São Paulo fica parecendo um paraíso de tranquilidade ;)

Agora entre todos os clichês, o meu favorito foi conhecer mais das tradições da cultura local, visitando os templos e palácios. Em Delhi conhecemos a Mesquita de Jama Masjid, um marco bem no meio da Old Delhi, e o Qutub Minar, o minarete de tijolo mais alto do mundo e patrimônio mundial da UNESCO. A melhor parte foi passar por lá no fim do dia, com uma luz linda e uma temperatura mais amena.

A Índia é uma constante surpresa, são tantas paisagens diferentes que a viagem parece uma montanha-russa sem fim. Nossa jornada até Rishikesh foi um dos ápices em termos de aventura, percorremos a distância em um avião turbo-hélice pequeno.

(Tudo isso porque o trânsito nos fez perder o horário do trem da ida)

Mas nada que um belo amanhecer nas montanhas dessa pacífica cidade não compensasse! Ao sul dos Himalaias, Rishikesh está cercada pela beleza das colinas e é cortada pelo Ganges, considerada o “portal” para o Rio que flui por todo lugar.

É uma das cidades sagradas do país: acredita-se que a meditação praticada aqui nos leva à salvação. Também é o lar de muitos centros importantes do pensamento e da espiritualidade Hindu, os famosos Ashrams, além de se denominar como a capital da Yoga no mundo. E ainda tem as cerimônias! Em Rishikesh dá pra entender a força da espiritualidade da Índia.

Sirva, Ame, Medite, Realize

A noite, vimos de perto a Ganga Aarti, cerimônia de purificação e agradecimento. Acontece diariamente nas cidades sagradas do país: além de Rishikesh, em Haridwar e Varanasi. É um momento lindo de ver de perto, muita luz fogo e música, o Aarti é uma forma do Hindu dizer obrigado pela luz recebida ao longo do dia. Independente de entender sânscrito ou hindi, o poder da gratitude é universal: foi a oportunidade perfeita para agradecer ao universo por estar aqui!

De lá, voltamos para Delhi, dessa vez a tempo de pegar o trem para irmos conhecer o principal cartão postal do país e uma das construções mais bonitas do mundo. Nossa viagem até Agra foi super tranquila, apesar do calor intenso e de um carro quebrado no meio do caminho! Detalhes que acontecem apenas para reforçar a ideia de aceitar o imprevisível.

O bate e volta até Agra vale cada minuto, porque o Taj Mahal é realmente espetacular. Para entrar no clima, o passeio começa pelo Agra Fort, onde Shah Jahan passou os últimos anos de vida, lembrando dos momentos felizes que teve ao lado de sua amada Mumtaz Mahal, enquanto o mais belo edifício indiano era concluído. Ele só o viu finalizado de longe, pois, estava preso no forte, e depois de morrer foi enterrado ao lado da sua esposa.

A construção é de uma perfeita sincronia, além das medidas serem idênticas em ambos lados, o prédio foi construído com o melhor mármore branco do mundo (não escurece jamais!), e é cheio das mais belas pedras preciosas… difícil colocar em palavras — aqui vão algumas das fotos da visita:

E é claro que uma coisa não podia faltar: muita gente! Estamos na Índia, afinal. Um detalhe incrível e que você só nota depois que alguém te conta, é que o Taj foi construído em cima de uma plataforma de mármore, e essa elevação na construção faz com que o fundo seja só o céu. Lindo!

Em Agra é o momento ideal para abordar outro tema famoso quando se trata de Índia: a comida. Até chegar aqui, tudo correu bem. Comemos pratos diferentes e cheios de temperos, quase sempre optando pela opção vegetariana.

Aqui, tivemos duas experiências diferentes, ambas valiosas: Eu adorando todos os sabores fortes e ingredientes únicos, sem nenhum problema…

E o Fabio resolvendo dar um tempo nas aventuras gastronômicas pra amenizar o estômago irritado. 

Nossa última parada no país, foi a charmosa e rica capital do estado do Rajastão. Jaipur recebe o apelido da cidade Rosa por causa da cor de seus edifícios, mas pra mim, tem a ver com a hospitalidade local. Fofa e organizada, a cidade foi uma das poucas planejadas do país. Largas avenidas, palácios, fortalezas, passeios, bazares… algumas das melhores lojas para comprar tecidos se encontram aqui.

A cidade é ainda mais legal em alta velocidade, cruzando com tuk-tuks, carros, motos, ônibus… é só chamar um Uber e escolher a categoria “moto”. Vale a aventura!

O piloto foi bem tranquilo e dirigiu com muita calma, furando só uns 3 faróis vermelhos e buzinando só 80% do caminho.

A verdade é que nessa viagem conseguimos apenas arranhar a superfície do país. É impossível conhecer toda a riqueza da vida e história da Índia de uma só vez, mas é um aprendizado constante visitá-la. Dificilmente você vai voltar sem histórias especiais pra contar ou fotos únicas pra mostrar. Idealmente, uma viagem pra lá deve considerar o tipo de coisas que você gosta. Passar mais tempo em menos lugares vai ajudar a tirar mais de cada um, e evitar um pouco do ‘stress’ que um país tão populoso pode gerar. Independente de onde você for, a felicidade das pessoas que muitas vezes você encontra em situações difíceis é tão contagiante que no mínimo te fará pensar sobre o quanto realmente precisamos para levar uma vida plena.

Nós imaginamos e virou realidade. Para onde nossa imaginação vai nos levar da próxima vez ?

Notas importantes:

Já pensou em realizar uma viagem como essa? Entre em contato que ficarei feliz em ajudar! info@imaginereal.com.br 

Para sua referência uma viagem de 15 dias para Índia começa a partir de USD 5.200 por pessoa, incluindo voos, acomodação em hotéis de luxo, traslados e passeios privativos.